terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Crescer não significa fazer aniversário...
fazer aniversário apenas significa que mais tempo passou
e que, se você não aproveitou,
não cresceu, não viveu, apenas mais um ano atravessou.

Crescer.... é desenvolver-se
e viver é desenvolver-se num crescendo,
num aumento progressivo de qualidade,
sem se perder em vaidades, futilidades,
frivolidades...

Crescer é não dar importância desnecessária
ao que não tem valor... ou ao que tem valor tem
crescer é saber dar atenção, cuidado, amor
e fazer o bem...
não como se estivesse fazendo um grande favor.
Cada dia nasce de novo.
Tudo o que foi continua tudo igual
mas também tudo se faz novo.
Você pode repetir o que viveu tudo de novo
mas pode fazer tudo diferente
no dia que tem pela frente.

Fazer...

Tudo novo,
tudo igual,
tudo diferente,
tudo desigual...

Sempre o mesmo amanhecer...
mas tudo diferente pode acontecer.

Você sabe disso, não?
O fazer está nas suas mãos...
E o tempo passou...
cumpriu sua missão...
e eu, hoje, olho pra você
e me dou conta de que tanta coisa mudou.

Você não ficou pronto,
perdeu algo, se perdeu lá atrás em algum ponto,
numa esquina da vida
virou ao contrário,
errou de mão,
ficou na contramão.

E agora não há mais tempo,
o tempo se foi
o que de melhor você tinha de fazer
deixou pra depois...

E o tempo não volta,
o tempo é inexorável,
inflexível, implacável, inabalável...
não vai ceder aos seus rogos não...
não vai devolver a você meu coração.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Nunca fui igual aos outros,
Allan Poe já disse isso...
e eu acho que meio mundo
já passou um pouco por isto.

Estar do outro lado da linha,
do outro lado do muro,
sentir-se totalmente no escuro,
ver as coisas do lado avesso,
achar... não, eu não mereço.

Quem está satisfeito consigo,
com tudo o que conseguiu,
com o que deixou de alcançar,
com o que nunca vai chegar?

"Tudo o que amei, amei sozinho", diz Poe...
tudo o que sou, sou sozinho...
tudo o que você é, é sozinho
é total engano pensar que não vai só...
no fundo, no fundo,
todo mundo segue sozinho seu próprio caminho.

O amor não muda,
de acordo com as estações,
conforme o vento.
O amor  segue sempre a mesma direção,
tem os mesmos princípios,
eterna duração, completa imutação.

Quem muda são os amantes
que se apossam do amor por um instante
e vivem um amor invejável.
No início juram ser eterno, terno, invariável, imutável,
no fim... pouca coisa resta como antes.

O amor não muda,
quem muda são as pessoas,
que amam,
que deixam de amar,
que chegam
e... depois de um tempo dizem:
'não, não vou ficar'.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Eu estava desaparecendo lentamente
quando você apareceu,
entre as brumas da vida, a minha ia se desfazendo
indiferente em deixar de ser gente.
Mas você apareceu,
toda dor desapareceu
surgiu em mim um novo eu...

por um tempo era só você e eu
e você era todo só meu.

Mas o tempo tem sempre de se intrometer,
não gosta de ver gente feliz,
passa, e passa, e passa
às vezes faz trapaça
só pra ver a gente sofrer.

Apareceram novas dores,
os espinhos tomaram o lugar das flores,
machucando aquela nova eu.

A nova dor que apareceu
foi culpa do amor que morreu.

Mais forte a dor de ser eu reapareceu.
E o amor que era pra ser eterno e lindo
desapareceu...  e como num passe de mágica,
levou consigo todo o meu novo eu. 

Um vida inteira sem nada sentir,
pra que mentir, pra que disfarçar?
Ninguém passa pela vida,
sem amar, odiar, sorrir, chorar...
cair, levantar.

Sentimentos são assim como a brisa
da manhã leve suave
que refresca o dia,
torna o peso do caminho mais leve.
À noite se vai, se esvai,
como o sol, se esconde...
Vai pra onde?

Sentimentos são bruma, espuma,
são constantes, são passageiros,
são liberdade, são escravidão...
uma pontada de felicidade, de alegria,
de dor,  de agonia...
num cantinho qualquer de qualquer coração.
Quem sabe um dia palavras tolas possam valer muito mais do que simples palavras tolas...

Um único sentido,
um grande amor vivido,
a vida não tem sentido
quando o amor segue apenas um sentido.

Todo amor vivido
deveria ser compartido,
compartilhado,
ser lado a lado...
o amor quer ser dado
mas também ama ser recebido...
e sempre quer ser regado.

Quem ama não quer nada em troca?
Não, não acredito nisso não...
amor, pra mim, é um caminho de duas mãos.
Sons da vida
melodias perdidas,
palavras esquecidas,
tentativas frustradas,
não acreditar mais em nada.

Sentimento não compartilhado,
no peito um silêncio cravado,
o amor completamente distante,
por aqui passou por um mero instante.

Num espaço de tempo brevíssimo,
um prazer imensurável...
um átimo...
e tudo é mutável,
mutante,
mutilável,
silenciável,
acabável.

Nas esquinas da vida
há alegria escondida...
mas também há muita dor doída...
muita amor,
muita dor,
muita alegria,
muita nostaligia...
e isso é todo dia
e todo o dia.
Palavras... simples palavras,
simplesmente palavras.
Palavras pronunciadas,
pelo vento levadas.
Palavras evitadas,
almas não magoadas.

Palavras silenciadas,
perdidas na chuva,
gastadas, desgastadas,
engasgadas ,
no fundo do peito guardadas.

Palavras gritadas,
palavras caladas,
palavras pelos olhos faladas..

Palavras esquecidas
nas esquinas da vida...
no ir e vir de nós dois...
Palavras...
tudo o que queremos ouvir.
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